OSPF 01 – Introdução
Publicado; 25 \25\-03:00 junho \25\-03:00 2012 Arquivado em: artigo, roteamento | Tags: Forward Protocol, IGP, mikrotik, NBMA, Open Shortest Path First, OSPF, PTMP, PTP, roteamento, Routerboard, RouterOS, Routing, SPF 4 ComentáriosIntrodução
Lembro quando entrei no primeiro provedor a rádio para trabalhar, em 2004, e o meu patrão e que viria a se tornar um bom amigo, me disse — “Estude TCP/IP, TCP/IP e TCP/IP. Se souber bem TCP/IP o resto será fácil”. Foi um dos melhores conselhos profissionais que recebi! Naquela época, tudo rodando com access points AP1000 e SWL-3300, e cartões Orinoco Gold, muitos. Nas empresas tínhamos pequenos servidores Coyote Linux e o core de rede já era formado pelas antigas versões do RouterOS, importados através de CF Disk, mas estes eram os velhos tempos. Uma coisa que me lembro muito bem era o terror de gerenciar todas as rotas estáticas que tínhamos. Dava muito trabalho para manter aquilo 100%.
Depois de um tempo, a medida que fui estudando roteadores e tudo mais, fui descobrindo RIP, OSPF e companhia. Mas ainda não implementava, só aprendendo e ficando curioso. A mudança mesmo aconteceu ao entrar na empresa que estou, que por sinal havia comprado a antiga empresa do Márcio. E estávamos com uma rede mista, parte roteada, parte em bridge/WDS. Apesar de já haver até debatido sobre o assunto, eu percebo uma perda em grandes redes em bridge. A diferença depois de haver tranformado aquele setor em roteado foi perceptível. E como parte dos pacotes precisam dos conteúdo do WDS, quanto maior a rede, maior a perda. Além disso nas versões mais novas do RouterOS, que suportam NV2, existe um problema maior. Ele é um protocolo de agregação de frames e o WDS não suporta agregação. Portanto quando é necessário bridges com NV2 é necessário usar MPLS/VPLS. Com o cenário dessa forma, implementamos o OSPF.
Open Shortest Path First
Mas o que é esse tal de OSPF? O Open Shortest Path First é um protocolo do tipo “link state“, que necessita estar com todos os roteadores de uma célula, designada nele como area, estejam configurados de forma consistente, e com um MTU igual. Sua base remonta o antigo SPF (Shortest Path First) e foi desenvolvido pelo grupo de IGP da IETF (Internet Engineering Task Force) e descrito inicialmente em 1989 pela RFC 1131. Ele surgiu como um IGP em alternativa ao antigo RIP, que apresentava algumas limitações quando é necessário escalabilidade. As atuais especificações podem ser encontradas na RFC 2328, que aborda o OSPF v2, e na RFC 5340 que aborda as atualizações para lidar com IPv6, no OSPF v3. Ele é utiliza o protocolo IP 89 para distribuir as informações entre os roteadores de um mesmo AS.
Entre as características do OSPF podemos destacar:
Prós
- Fácil configuração
- Rápida convergência
- Não existe limite de custo
- Rápida resposta quando o link altera de estado
- Possibilita balanceamento de carga quando existe mais de um link em um ponto
- Escolha sempre do menor caminho
- Quando os roteadores eleitos como Designated Router ou Backup Designated Router “caem”, existem um reprocessamento do algoritmo de Dijkstra, que gera um consumo de recursos do roteador
- As areas remotas tem que tocar a Area 0, mesmo que de modo virtual, para fazerem parte do mesmo AS.
- Pode haver grande tráfego se a rede estiver instável, pelo constante recálculo.
- É um protocolo que atua na camada dois e portante deve-se tomar um cuidado especial na interface que atende o cliente
- Segurança frágil, com a autenticação via MD5 apenas.
Funcionamento
As etapas seriam assim:
- Descobrir adjacências (vizinhança) através de uma mensagem HELLO.
- Com base nas informações coletadas são construídas as LSDB (Link State Database)
- O Algoritmo Dijkstra é executado
- Constroe-se a árvore SPF da rede
- As informações são inseridas na Tabela de Roteamento (no Mikrotik seria a FIB)
As comunicações entre os roteadores se dão através de mensagens, que podem ser divididas em 5 tipos:
1 | Hello | Descobre roteadores vizinhos e constroi as adjacências |
2 | Database Description | Confirma a sincronicidade das bases de dados |
3 | Link-State Request | Requisita um registro Link State específico entre dois roteadores |
4 | Link-State Update | Responde um LSR |
5 | Link-State Acknowledgment | Confirmação entre outros tipos de pacotes |
O Protocolo
- Pacote DBD: Informa o sumário da LSDB
- Pacote LSR: Contém o tipo do LSU necessário e o Router ID
- Pacote LSU: Informa todas as entradas LSA para a atualização
- Pacote LSAck: Vazio
Estabelecendo a vizinhança
Processo de decisão da LSU/LSA
Bem é isso. Num próximo artigo vamos tratar de como configurar o OSPF no RouterOS.
Referência
OSPF Wikipedia [português]
OSPF Wikipedia [english]
Wiki Mikrotik OSPF
RFC 1131
RFC 2328
RFC 5340
Cisco OSPF Design Guide
Cisco OSPF
O Protocolo OSPF – Jailton Santos das Neves, Waldeck Ribeirto Torres – UFF
Protocolos de Roteamento RIP e OSPF – Alexandre Urtado de Assis e Nilton Alves Jr. – CBPF
O Protocolo OSPF – Prof. José Gonçalves – UFES
Protocolo OSPF parte 1 e parte 2 – DL Tec do Brasil
Extremamente útil. Obrigado.
ótimo artigo,#partiuestudar
Muito bom, Parabéns!
Otimo conteúdo parabens!